Contam que certa vez duas moscas caíram num copo de leite. A primeira era forte e valente. Assim, logo ao cair, nadou até a borda do copo. Mas como a superfície era muito lisa e ela tinha as asas bastante molhadas, não conseguiu sair do copo. Acreditando que não havia jeito, a mosca desanimou, parou de nadar e de se debater e afundou.
A outra mosca, apesar de não ser tão forte como a primeira, era persistente. Continuou se debatendo, se debatendo e se debatendo por tanto tempo, que aos poucos, com toda aquela agitação, parte do leite ao seu redor se transformou em um pequeno nódulo de manteiga, onde a mosca tenaz conseguiu com muito esforço subir e dali alçar voo para um lugar seguro.
Tempos depois, essa mesma mosca, por descuido ou acidente, novamente caiu em outro copo. Como já havia aprendido com a experiência anterior, começou a se debater, na esperança de que, no devido tempo, se salvaria. Outra mosca, passando por ali e vendo a aflição da companheira, pousou na beirada do copo e gritou:
- Tem um canudo ali! Nade até lá e suba por ele!
A mosca persistente não lhe deu ouvidos, preferindo acreditar no que tinha aprendido em sua experiência anterior de sucesso. Continuou a se debater e a se debater até que, exausta, afundou no copo cheio de água e morreu.
Quantos de nós, baseados em experiências anteriores, não deixamos de notar as mudanças de ambiente e ficamos nos esforçando para alcançar os resultados esperados, até que afundamos em nossa própria falta de visão? Fazemos isso quando não conseguimos ouvir quem está fora da situação.
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